A ARMÊNIA E O DUDUK - Parte I
- valeria rodrigues alves
- 28 de jul. de 2017
- 4 min de leitura

Boa tarde!!
Hoje, não temos receita, ou melhor, essa semana não alimentaremos o nosso corpo físico, porém, proponho uma viagem onde com certeza alimentaremos a nossa alma através de músicas armênias com o belíssimo timbre do duduk.
Então, vou reunir nesse post a Armênia e a Venezuela com o som excepcional do duduk. Eu espero que vocês se deem a chance de ouvir, ao menos, um pedacinho do som desse instrumento, cuja sonoridade melancólica, realmente emociona.
Às vezes, não nos damos oportunidades para conhecermos coisas novas, a despeito de tudo estar ao nosso alcance com a Internet, é impressionante o quão pouco nos aventuramos naquilo que desconhecemos.
Principalmente na música, é comum nos atermos somente ao que está fazendo sucesso, e vamos e venhamos, tem muita coisa ruim fazendo sucesso, e isso é resultado do quanto podemos ser manipulados pela mídia.
Percebam, que quando ouvimos algumas dessas músicas, se é que podemos denominar como tal, que detestamos, mas que estão fazendo sucesso, elas se fazem tão presentes pela força da mídia com que nos é praticamente imposta, que quando nos damos conta, começamos a gostar e inclusive a cantarolar, deve ser esse o efeito desejado não é mesmo?
Não tenho, na verdade, nada com isso, pois acho que podemos escutar aquilo que queremos e que cada um acha que seus ouvidos merecem, porém, acredito que mereçamos bem mais do que está “pipocando” por aí.
Bom, mas continuando e deixando o que nos incomoda para trás, vamos nos dar a chance de conhecer um pouco do mundo, esse imenso planeta que vivemos e descobrir que têm um monte de coisas boas e lindas, pessoas maravilhosas, lugares incríveis, comidas, mais ainda, talentos a serem descobertos que muitas vezes nos emocionarão, para isso só basta nos darmos a oportunidade. Sair do lugar comum, andar por caminhos que nunca andamos, ouvir sons que nossos ouvidos, muitas vezes, jamais escutaram, provar sensações nunca experimentadas, nos emocionar com novos talentos, é isso que proponho, de irmos juntos, fazendo nosso patchwork, emendando a cada descoberta um pedaço desse nosso imenso e vasto planeta, muitas vezes, ainda por descobrir.
A ARMÊNIA E SEU PATRIMÔNIO CUTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE
Duduk é um dos mais emblemáticos instrumentos da Armênia, cujo som suave, levemente anasalado e melancólico, parece expressar a alma desse país e sua história, muitas vezes trágicas.
A herança cultural musical da Armênia remonta há tempos antigos e sua riqueza não só inclui diversas liturgias ou músicas religiosas, mas também músicas populares e modernas. Entre os instrumentos tradicionais, podemos citar o dohol ou o dooumbek, instrumentos de corda; o qanûn e o kamânche da família dos instrumentos de sopro e os dois mais conhecidos na música folclórica que são o duduk e o oud.

O duduk é facilmente reconhecido devido, como mencionamos, ao seu timbre melancólico, se bem que podemos também encontrá-lo alegrando desde festas até funerais. Ele está presente em diferentes regiões com nomes variados: nas regiões dos Bálcãs, no Oriente Médio, no Cáucaso e na Ásia Central, mas principalmente na Armênia, mesmo porque é o símbolo nacional desse país, e foi incluído em 2008 pela UNESCO na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Internacionalmente conhecido como duduk e Tsiranapogh pelo armênios, é um instrumento conhecido desde a antiguidade representado em diversos manuscritos Armênios da Idade Média. A palavra "Tsiranopogh " em seu sentido literal significa "chifre de damasco" cuja árvore é também conhecida por ser nativa das montanhas Armênias. O duduk é um instrumento, que assim como o oboé possui duas palhetas, é cilíndrico e possui geralmente 10 furos: 8 no lado superior e dois na parte inferior
Na verdade, quando falei que uniria a Armênia e a Venezuela, faltou mencionar a Grécia, pois teremos o Duduk com o Venezuelano Pedro Eustache, o excepcional violinista armênio Samvel Yervenyan e o grego Yanni, que acredito ser o mais conhecido aqui no Brasil, portanto, dispensa comentários.
Djivan Gasparyan é o mais célebre virtuose de duduk armênio do mundo. Sua música se fez presente no filme Gladiador em 2000.
Atualmente os maiores intérpretes conhecidos na Armênia além de Djivan Gasparyan, são Vatche Hovsepiar, Lévon Minassian e Levon Madoyan.
Saindo da Armênia, podemos encontrar esse instrumento fazendo parte Hadouke Trio que o utiliza no jazz e o grupo franco-americano de música alternativa Deleyaman.
HADOUK TRIO
DELEYAMAN
Pedro Eustache, é um multi-instrumentista venezuelano, especializado em instrumentos de sopro. Estudou profundamente mais de 500 tipos de aerofones (instrumento musical em que o som é produzido principalmente pela vibração do ar sem a necessidade de membranas ou cordas e sem que a própria vibração do corpo do instrumento influencie significativamente no som produzido) de diferentes partes do mundo e em seu currículo temos especialização na música clássica Árabe, Hindustani, o instrumento Bansuri - flauta indiana de bambu do norte da Índia, didgeriddo - instrumento australiano, entre inúmeros outros e o que nos ateremos aqui, o Duduk Armeniano.
Samvel Yervenyan, violinista clássico, compositor e arranjador nasceu em Yerevan, República da Armênia e iniciou seus estudos com 7 anos. Entre os inúmeros estilos podemos citar, claro, além do Clássico, o Popular, o Jazz e a música Folclórica de diversos países. Seu repertório clássico inclui Bach, Mozart, Paganini, Vivaldi, entre outros.
Em 2007 ele foi reconhecido como o melhor músico e recebeu o prêmio estrela de ouro, na Produção Cultural Real Armênia.
YANNI - PIANO
SAMVEL YERVENYAN - VIOLINO
PEDRO EUSTACHE - DUDUK
Solo - Samvel Yervenyan
Comments